Crônica: Entre Ursos e Touros

sábado, 24 de novembro de 2007

Por José Inacio

Tem-se cansado de noticiar os prejuízos de instituições financeiras norte-americanas derivados da crise dos subprimes. E se os EUA espirram, o mundo inteiro pega pelo menos gripe, mesmo que passageira.

O temor de que os subprimes podres afetem os outros setores da economia é o que mais preocupa os mercados e o que tem provocado imensa volatilidade nas bolsas, principalmente na dos países emergentes, ao longo dos últimos quatro meses.

Muitos se perguntam: “Seria esta crise um estopim para a reviravolta dos mercados, que há cinco anos não fazem outra coisa senão disparar?” Aliás, os mais céticos e pessimistas já prenunciavam esta inflexão a cada fôlego que o mercado tomava durante este tempo.
O fato é que o Ibovespa desde 2002 multiplicou-se por oito. São 700% em cinco anos, ganho muito superior à qualquer alternativa convencional de investimento. Desta forma, se espera cada vez mais uma patada descente do urso na cabeça do touro que não pára de alçar seus chifres nos últimos anos.

Não sei qual o grau de contaminação que a crise dos subprimes pode despejar na economia como um todo. Mas, olhando para meus investimentos, não estou muito preocupado. O meu horizonte de investimento é longo, procuro alocar capital em ações de empresas boas que gerem lucros e caixa mesmo em tempos adversos para o mercado bursátil como para a economia real. Aliás, creio ser esta a receita para tempos de instabilidade destinado aos “holders” (os que investem para Longo Prazo): ter papel de empresas sólidas e não vender a qualquer abalo do mercado. E de preferência criar mecanismos para ganhar na baixa e compensar as perdas momentâneas, armando operações vendidas em opções e derivativos em geral.

Na briga entre ursos e touros, fico no lombo de quem espero que ganhe no longo prazo. Mas também procuro me proteger dos golpes do adversário a medida que este ganha força.

Postado por Jose Inacio De Bortoli Filho às 06:30  

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