Informação - Entrevista Revide (11/01/2008)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Por: José Inácio De Bortoli Filho
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Pelo fato da minha entrevista à renomada Revista REVIDE, publicada na edição de 11/01/2008 ter sido editada de modo que possa induzir o leitor à uma interpretação equivocada ou ao não entendimento do conteúdo, me acho no direito de utilizar o meu espaço para publicá-la na íntegra e de forma literal.

É evidente que por questão de espaço, matérias da mídia escrita devem ser editadas e de maneira nenhuma sou contra esta prática. Porém atenção deve ser dispendida quanto à preservação do sentido original das informações.
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Faça um breve relato de sua vida profissional, como porque escolheu essa área? onde já atuou? o que faz? há qto tempo é consultor empresarial? idade e nome completo?
Meu nome é José Inácio De Bortoli Filho, tenho 29 anos sou formado em Administração pela FEARP-USP. Atuei durante cinco anos na indústria como Administrador de Projetos e durante três anos no pequeno comércio varejista. Há cerca de três meses iniciei minha carreira de consultor financeiro empresarial e pessoal por interesse que possuo na área de finanças. Desde 2002 invisto ativamente no mercado de ações, possuo um artigo publicado na renomada RAUSP (Revista de Administração da USP) na área de mercado de capitais e recentemente criei o blog "Finanças para Todos" (http://www.financasparatodos.blogspot.com/) no qual divulgo informações pertinentes à finanças pessoais e crônicas de minha autoria.

- Qual o cenário da economia nacional atual
Hoje a economia brasileira se encontra em bases mais sólidas que no passado. Políticas macro-econômicas têm garantido um ambiente mais favorável a investimentos durante os últimos anos, o que contribuiu para fortalecer os fundamentos econômicos do país. No entanto, poderíamos voar muito mais alto se não fosse a imensa burocracia que ainda impera para o setor empresarial, leis antiquadas, carga tributária elevadíssima e gargalos infraestruturais. Economicamente o país tem caminhado para frente, porém ainda existe muito o que melhorar para que os passos sejam mais largos e constantes.

- As condições para pequenos empresário melhoraram nos ultimos anos? Porque?
A economia estável elevou um contingente grande de pessoas ao status de consumidor, principalmente de bens de maior valor. Hoje se vê em lares humildes bens de consumo tais como inúmeros tipos de eletrodomésticos, aparelhos de som e vídeo a despeito dos juros ao consumidor ainda estratosféricos. A internet tem aberto portas para novos negócios e se consolidado como canal de distribuição alternativo para empresas originalmente não-virtuais. A proliferação de lares de uma só pessoa, a elevação do indice de mulheres no mercado de trabalho e o aumento da expectativa de vida são exemplos de tendências que abrem novos nichos a serem explorados. Tudo isso são oportunidades para o empresário atento, seja qual for o seu porte, alavancar seu negócio existente ou criar outros. Estou convencido de que estas mudanças nos ambientes social, econômico e tecnológico têm impulsionado a pequena empresa. No entanto, os pequenos empresários ainda sofrem com a hostilidade tributária, leis retrógradas e burocracia extrema.

- Os meses de dezembro e janeiro costumam sobrecarregar principalmente os pequenos e microempresarios com os deveres economicos, quais são as dicas para esses empresários efetuarem os pagamentos em dia?
O primeiro passo é a organização constante dos documentos: as contas a pagar devem estar guardados em ordem cronológica de vencimento à medida que chegam à empresa, os créditos das vendas a receber organizados e totalizados por data esperada de recebimento. Paralelamente, os empresários devem adotar como rotina administrativa o planejamento e controle financeiro de curto prazo. Através desta prática simples, a empresa pode antever a sua necessidade de recursos através da confrontação dos desembolsos e recebimentos de vendas nas datas esperadas, o que lhe gera uma previsão do seu fluxo de caixa. Desta forma, esta possui tempo hábil para contornar uma eventual falta de caixa prevista ou até mesmo detectar antecipadamente um possível excesso de recursos financeiros. O planejamento e controle deficientes ou a sua ausência obriga o empresário a apagar fogo de forma constante, comprometendo a capacidade de pagamento da empresa e consequentemente arranhando a sua credibilidade frente à fornecedores, funcionários e instituições de crédito.


- Qual a função da gestão empresarial?

A empresa com fins lucrativos tem o papel de gerar tanto o seu lucro como valor ao seu cliente, interagir de forma responsável com com o governo e concorrência e envolver-se com o desenvolvimento do meio-ambiente e da comunidade na qual está inserida. Esta empresa dispõe de recursos, sejam estes humanos, físicos, financeiros e intelectuais além de possuir objetivos definidos pelos seus administradores. Desta forma, a gestão empresarial deve utilizar os recursos disponíveis da empresa da melhor maneira possível para que o papel desta seja cumprido e que seus objetivos sejam alcançados.


- Como deve ser feito o planejamento das finanças pessoais? Quais as dicas para as pessoas se organizarem dentro de seus orçamentos?
Da mesma forma que a empresa, o indivíduo deve ter objetivos e traçar estratégias para alcançá-los. É aqui que entra o planejamento financeiro pessoal. Se eu daqui alguns anos quero usufruir de certo padrão de vida sem depender tanto do meu trabalho, ou simplesmente ter uma boa reserva para qualquer eventualidade no futuro próximo, tenho que começar a construí-los agora estabelecendo uma parcela fixa dos meus ganhos mensais e investindo-a. Desta forma, adio parte do meu consumo investindo este dinheiro, e como um prêmio por abdicar-me do consumo atual espero no futuro ser recompensado por um aumento de meu patrimônio mediante à capitalização do meu investimento no tempo. Boa parte das pessoas não abrem mão do consumo impulsivo ou de ostentar um padrão de vida que não é compatível com sua renda, o que geralmente excede toda a reserva do orçamento que poderia ser destinada à poupança, não raramente levando o indivíduo a endividar-se com juros altíssimos de cheque especial, cartão de crédito e financeiras. No entanto, não devemos transformar o hábito de poupar e investir em avareza, temos que utilizar o fruto do trabalho para nossa digna subsistência e momentos de prazer, porém os gastos atuais devem viver harmoniosamente com o nossos objetivos de poupança.

Um ponto complementar é o planejamento de curto prazo: a família pode projetar para os doze meses seguintes seus recebimentos e despesas, mês-a-mês e analisar se os recebimentos durante o ano serão compatíveis com as despesas planejadas. Através deste exercício, a família pode por exemplo avaliar e eventualmente redimensionar seu objetivo mensal de poupança, checar se a prestação do carro que a familia deseja adquirir caberá no orçamento ou quanto se poderá comprar a prazo no final do ano atual sem comprometer a capacidade de pagamento da família no início do ano seguinte.

Saindo do planejamento e entrando no controle, uma forma eficiente do indivíduo controlar suas finanças ainda pode ser a boa e velha caderneta. Todos os recebimentos e despesas domésticas e pessoais, por menores que sejam, devem ser anotadas quando pagas, dia-a-dia, mês-a-mês. Para quem é familiarizado com informática, estas anotações podem ser transportadas para o computador. Assim, no final do mês, a família tem dados confiáveis sobre o volume de despesas do lar, e podem verificar se estão compatíveis com a sua renda, bem como coerentes com os objetivos de gastos e de poupança da família.


- Atualmente qual seria a preferência para o pagamento de compras de final de ano? Crédito, boleto, prazo, á vista?
Em primeiro lugar, o consumidor deve conter a exagerada euforia de consumo que esta época do ano traz consigo e comprar aquilo que se pode pagar. Partindo para as compras, deve-se sempre pesquisar e pechinchar mediante pagamento à vista. Caso não seja concedido desconto, o parcelamento deve ser feito desde que não haja taxas de juros embutida nas prestações, que o plano de pagamento não seja "a perder de vista" e que o consumidor esteja convencido de que as parcelas caibam com boa folga no seu orçamento. Caso alguma destas três condições não seja satisfeita, recomendo ao consumidor descartar o parcelamento e pagar a vista mesmo sem desconto. Além disso, antes de assumir qualquer compromisso deste tipo, o consumidor não deve esquecer de computar no planejamento financeiro para 2008 as despesas típicas de início de ano, tais como IPVA, Seguro Obrigatório, matrículas e material escolar, pois é no início do ano que as contas do Natal e Ano Novo começam a cair.

Postado por Jose Inacio De Bortoli Filho às 08:40  

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