Informação: Fundos buscam risco

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Após o novo corte na Fed Funds Rate, a taxa básica de juro dos EUA, anunciado no final de janeiro, a indústria global de fundos de investimento voltou a tomar algumas posições mais expostas ao risco, apesar de as aplicações cautelosas manterem o vigor visto no primeiro mês de 2008.

De acordo com a consultoria EPFR Global, nos mercados emergentes, tanto a indústria de fundos de ações quanto a de fundos de títulos encerrou o período de sete dias com fim em 6 de fevereiro com captação no "zero a zero", após duas semanas consecutivas de forte fuga de capitais, período em que, juntos, estes fundos marcaram saldo deficitário de US$ 13,5 bilhões.

Apesar de terem mostrado a melhor performance entre os grupos de emergentes monitorados pela consultoria, os fundos de ações asiáticos acumularam captação negativa pela oitava semana consecutiva. Na América Latina e entre os emergentes do leste europeu, também prevaleceu a fuga de capital. No saldo final entre os fundos de ações de mercados emergentes, a captação foi positiva em modestos US$ 571 milhões.Entre os BRIC (grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China), mais uma vez a Rússia foi o único país a mostrar desempenho positivo. Em 21 das 22 últimas semanas, os fundos de ações mostraram aplicação de novos recursos (fresh money). Na contrapartida, o Brasil mostrou captação superavitária em apenas 10 das 22 últimas semanas, e o período de sete dias com fim em 6 de fevereiro selou oito semanas seguidas de captação líquida no vermelho.

Diferentes percepções entre mercados desenvolvidos

Entre os fundos de ações de EUA, Japão e Europa monitorados pela EPFR Global, os resgates superam as aplicações em US$ 58,7 bilhões no acumulado de 2008, montante que representa 98,4% do total de recursos que saiu destes fundos em todo o ano de 2007.

Na comparação percentual entre a captação negativa e o patrimônio administrado, o pior desempenho foi verificado entre os fundos de ações japoneses. Com saldo deficitário de US$ 502 milhões na semana com fim em 6 de fevereiro, estes fundos mostraram perda líquida de capital em 44 das últimas 45 semanas.

Nos EUA, o resultado da categoria foi negativo em US$ 9,57 bilhões. A percepção da EPFR Global é que o último corte na Fed Funds Rate, ao invés de aliviar as tensões quanto ao diagnóstico da economia norte-americana, trouxe ainda mais dúvidas e cautela aos investidores.

Por mais que os fundos de ações europeus tenham registrado captação negativa pela vigésima terceira semana consecutiva, alguns sinais de melhora aparecem. Um dos dois subgrupos desta categoria, os fundos de ações europeus excluindo o Reino Unido tiveram saldo positivo na semana terminada no último dia 6.

A sinalização de que o Banco Central Europeu mudou seu foco de riscos inflacionários para riscos econômicos, junto às oportunidades surgidas com as recentes perdas no mercado acionário, leva Cameron Brandt, analista da EPFR Global, a acreditar que os fundos de ações da Europa possam voltar a atrair recursos num futuro próximo.

Cautela ainda é palavra de ordem

Por mais que algumas regiões tenham iniciado fevereiro com números positivos entre os fundos mais expostos ao risco, a cautela ainda prevaleceu. Em todos os mercados globais, os fundos de curto prazo absorveram US$ 24,3 bilhões na semana terminada em 6 de fevereiro.No acumulado do ano, a captação líquida da categoria já chega a US$ 70 bilhões, cerca de um terço do total que estes fundos levantaram em 2007.

Em âmbito global, os multimercados (US$ 542 milhões) e os fundos de títulos (US$ 382 milhões) também encerraram a última semana com captação superavitária. Com foco regional, a EPFR Global ainda destaca os fundos de títulos nos mercados emergentes (US$ 35 milhões).

Fonte: Infomoney

Postado por Jose Inacio De Bortoli Filho às 13:36  

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